Antes da Warner Bros escolher um novo ator para substituir Charlie Sheen em Two and a Half Men, o criador da série Chuck Lorre e o estúdio devem decidir: quem será o novo personagem? Ele é da família Harper? Talvez um outro bobão como o irmão Alan? Ou na verdade, seria uma mulher?
Antes do início da busca pelo substituto de Sheen – e, apesar de todos os rumores, o estúdio que produz a comédia da CBS ainda não começou a espreitar possíveis candidatos – sessões de estratégia interna começaram a descobrir a melhor maneira de prosseguir com a sitcom de sete anos. Não é tão simples como pegar outro ator famoso, como Rob Lowe (indisponível devido a seu trabalho em Parks & Recreation) ou mesmo John Stamos (que disse não estar interessado no papel).
Apesar de nem o criador Chuck Lorre nem a Warner estarem falando sobre a reposição de elenco, os roteiristas de Hollywood já têm opiniões de como a comédia mais assistida da TV americana pode – e deve – continuar.
“O mais complicado é que a série é basicamente Um Estranho Casal com uma criança”, diz um dos produtores. “Se você faz alguma coisa que foge desse padrão, então o tema da série muda, assim como toda a razão para sua existência. Você teria que fazer novos fundamentos importantes para descobrir o que vai ser este novo show e depois lançá-lo baseado nessa nova idéia”.
Mas quem disse que Charlie Harper tem que ser substituído por outro bad boy? Um roteirista de comédia veterano diz que essa pode ser uma grande oportunidade para agitar o conceito. “Devido à idade da série, eu faria algo para revigorá-la, o que significa ter alguém diferente”, diz ele. ”É um fôlego novo. Quando você apela para ‘mais do mesmo’ em uma sitcom que existe há quase oito anos, então realmente não oferece nada de inovador”.
Uma opção seria seguir a rota de Frasier – tendo alguém do elenco semelhante a Alan Harper, o personagem reprimido de Jon Cryer – ao invés de um contraste total como vinha sendo feito com Charlie. Chuck Lorre, também criador de The Big Bang Theory, certamente tem um bom desempenho nesse tipo de convergências, com seu grupo de personagens nerds similares.
“Se eles acharem alguém de grande renome, que provoque o interesse do público, seja extremamente afiado, reprimido e com TOC’s similares aos do personagem de Jon Cryer, então certamente irão se apoiar nessa ideia”, afirma um crítico veterano.
Nenhum dos roteiristas é a favor de uma mulher substituindo Charlie Sheen, todavia. Não somente invalidaria o título da série, como também não se adequaria ao seu público-alvo. ”Quando um programa existe há tanto tempo, existem toneladas de pesquisas a respeito de quem o assiste cativamente”, disse um roteirista. ”Se o público é majoritariamente de homens de 35 a 65 anos, então não há como trazer uma mulher para ser protagonista, e esperar que ela mantenha a mesma audiência”.
Se a Warner vai reformular o elenco de Two and a Half Men, como se pode propriamente introduzir um novo personagem para os fãs? Um dos roteiristas concordou que a sitcom não deve usar o método da clássica série A Feiticeira, que simplesmente trocou um ator, mas manteve o mesmo personagem, como se nada tivesse mudado. “As pessoas são muito exigentes atualmente, de forma que esse band-aid não funciona mais”, diz ele.
Os entrevistados ainda frisaram que outras séries que também tiveram mudanças no elenco – como Valerie’s Family – souberam fazê-lo explicando a saída do personagem em questão, mas rapidamente dando seguimento à história com o novo time.
“Se fosse o tipo de série em que os personagens estão crescendo, e se desenvolvendo ao longo anos, você poderia tentar desenvolver uma história que explicasse tal troca”, disse uma das fontes. ”Meu palpite é que numa das primeiras cenas do episódio da nova temporada apareça o novato, com as malas à porta. Daí nos bastidores, façam algo como ’Bem, isso estava realmente louco quando Charlie saiu, e depois esse cara novo veio”.

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