Páginas

sábado, 2 de julho de 2011

Entrevista:Greg Beeman(Produtor e Roteirista de "Falling Skies") (2x5)

O produtor e roteirista Greg Beeman é um dos magos das séries de ficção cinetífica. Criou e dirigiu episódios em séries como “Heroes”, “Smallville” e agora trabalha ao lado de Steve Spielberg na nova série da TNT, “Falling Skies”.

O Kryptonsite entrevistou o produtor e o questionou a respeito de seus trabalhos, inclusive sobre “Smallville”, onde trabalhou em diversos episódios. Confira abaixo o que Beeman disse:

Ksite – O que você pode nos dizer sobre o episódio desta semana de “Falling Skies” (1.03 “Prisoner of War”)?

Greg Beeman - É um episódio bonito e ambíguo do qual estou bastante animado. Eu dirigi ele. Tom vai ao resgate de seu filho com consequências inesperadas. Nos podemos ver de perto uma batalha com um dos aliens pela primeira vez e existem algumas grandes revelações, além de uma grande virada. Então eu acho que vocês ficarão feliz com isso.

Ksite – O show tem alguns encontros bastante interessantes com Skitters e Mechs. Como essas cenas são feitas?

GB – É engraçado. Eu tenho alguma experiência com isso em Smallville, mas o Sr. Spielberg foi muito prestativo. Ele já fez muito isso. Então é engraçado. Ele nos deu muitas dicas — “tenha certeza que construiu um modelo do set que esteja na escala certa”. Então, basicamente, nos construimos tudo de canos plásticos, algo como 3 m de altura, e era da larguta certa. Como um exoesqueleto. Nos fazemos uma tomada de teste que nos filmamos onde alguém da equipe está parado segurando esta coisa de 3 metros e caminha pela volta enquanto os atores fazem tudo.

Eu acho que isto faz duas coisas – nos dá certeza que a câmera está vendo a exata dimensão e também dá linhas de visão para o ator lembrar quando eles fizerem a cena. Então, basicamente, você faz uma tomada com um cara de shorts e sensores, andando na volta com uma coisa grande de plástico e os atores atuando com isso, então depois fazemos uma tomada, imediatamente depois, sem isso tudo, o que parece funcionar. Eu imagino que esta era a técnica do Sr Spielberg em Jurassic Parc, então ele nos ensinou a usar.

Quanto aos Skitters, que são criaturas de seis pernas, havia um desses construido para o piloto, pois nos tomamos a decisão de que Skitters digitais são muito caros. Também seria muito caro construir uma prótese de um Skitter, mas nos fizemos uma análise de custos e decidimos que mais efetivo construir. Então construimos uma prótese que tem um ator dentro dela, com duas pessoas com controles remotos controlando os olhos e a face. Também temos duas outras pessoas para trabalhar as pernas. Isto nos toma 5 pessoas trabalhando como com marionetes neste Skitter. Eu tenho algumas coisas legais sendo postadas em meu blog nesta próxima semana, o que irá mostrar como isto funciona por trás das câmeras.

Existe uma grande batalha de Skitters no episódio “Prisoner of War,” e eu diria que dois terços das tomadas na batalha são com este modelo e apenas um terço das tomadas feitas com Skitters digitais. Toda vez que você ver todo o corpo será digital, e toda vez que ver apenas uma parte do corpo, é a criatura que criamos. Foi uma sequência bastante quebrada que juntamos e nos exigiu muito planejamento, muitas tomadas gravadas em separado, que foram feitas em momentos diferentes e com elementos bastante diferentes. Algumas vezes foi com Noah Wyle sozinho, algumas vezes dele com as próteses, algumas vezes foi com um dublê com a prótese. Foi uma sequência elaborada que teve que seguir um planejamento bem feito.

Ksite – Eu adorei o perigo do Skitter dentro da gaiola (no episódio).

GB – Eu achei uma ideia realmente interessante essa que Graham Yost, Mark Verheiden e os roteiristas tiveram.  Eu não quero entregar tudo assim, mas o episódio é chamado de “Prisoner of War” (Prisioneiro de Guerra) e quando você tem um prisioneiro de guerra que não fala a mesma língua que você, o que você tem que fazer? Você o tortura? Você aprende a se comunicar com ele? O que você faz?

Esta é uma outra área Steven Spielberg deu muitas opiniões. Ele e Bob Rodat ambos são entusiastas da história e das guerras, e eles estavam sempre relacionando Falling Skies aos filmes de guerra e aos filmes da segunda guerra em particular. Quando você captura um prisioneiro, você se amiga com ele para conseguir informações, ou você tortura ele para conseguí-las, ou você sequer se importa em conseguir estas informações? Então muitas destas questões vieram e o Sr Spielberg e Bob Rodat em particular sempre ficavam nos dando exemplos históricos como pontos de referência.

Ksite – Isto era importante para ter diferentes personagens tendo diferentes reações com o Skitter?

GB – Aqui é onde os roteiristas fizeram um grande trabalho, na minha opinião. Eles diferenciaram os personagens. Isto é como o mesmo processo que todo o ator passa. Você estabelece “Quem é esta pessoa e qual é o seu papel no mundo?” Que tipo de pessoas eles são? Eles são bons? Eles são maus?  Eles confiam nas pessoas ou eles não confiam? Eles são geralmente positivos ou negativos? Qual é a sua história? E então, baseado no conhecimento  disso, você pode fazer com que eles reajam de maneira apropriada.

Ksite – Sarah Carter foi alguém com quem você trabalhou em Smallville. Você pode nos falar como ela foi escolhida para o papel de Margaret?

GB – É engraçado. Havia este personagem que eu achava bastante interessante no papel. Bastante convincente, porque ela passou por muitas brutalidades com o grupo que ela estava e o único jeito que ela encontrou para sobreviver neste grupo. Ainda, seria um personagem duro, e a sua estória avança cada vez mais. Ela tem uma história interessante para trás.  Nos estavamos vendo atrizes locais em Toronto e nos vimos muitas pessoas, mas não estavamos vendo nenhum ator americano para o papel naquela época.

Eu estava dirigindo outro dia quando ela simplesmente surgiu na minha cabeça.  Sarah Carter! Eu não sei porque, já que Alicia Baker era um papel bastante diferente, mas eu a conheço um pouco e sabia que ela era uma atriz bastante intensa. Algumas vezes a sua intensidade não é sempre vista nos papéis que ela faz, mas eu sabia do papel de Alicia Baker e de trabalhar pessoalmente com ela. Então eu simplesmente pensei nela.

Eu sequer contatei ela diretamente. Eu chamei os diretores de elenco e sugeri o nome dela, eles entraram em contato, ela veio e fez o teste. Eu fiquei vendo por trás, francamente, porque eu sempre achei que se desse um empurrão para um ator, algumas vezes parece que o tiro sai pela culatra.  Então eu tive a idéia, joguei para lá, ela veio, leu para os caras da Dreamworks, fez o video … haviam alguns atores que fizeram o video e Steven Spielberg selecionou ela entre outros dois ou três. Isto foi bom para mim, porque eu realmente gosto dela como pessoa e sempre gostei da colaboração que tivemos.

Eu nem dirigi ela na sua primeira aparição em Smallville.  James Marshall sim. Mesmo que eu já tivesse conhecido ela em L.A. e falado com ela bastante sobre a personagem que ela fez em Smallville, só a dirigi em “Unsafe” (na quarta temporada). Tem um momento no episódio quando ela simplesmente está patinando com Clark e então ela pega aquele copinho de chocolate quente e toma. Eu não sei … mas eu senti que tinha contribuído para a performance, mas ela criou um momento que ela estava assoprando o chocolate de uma maneira tão espontânea para mim. Foi um dos meus momentos favoritos dos que eu já dirigi, então eu sempre senti muito afeto por Sarah e fiquei muito feliz quando Steven Spielberg escolheu ela e tudo deu certo.

Ksite – O segundo episódio trouxe Colin Cunningham como Pope. Você pode nos falar sobre a sua escolha?

GB – Selecionar Pope foi um outro papel desafiador, mas o personagem era tão cheio e os roteiros tão bons. Nos vimos muitas pessoas para o papel. Mas na verdade muitos dos atores não atacaram o papel com a vontade que eles precisavam e Colin Cunningham fez.  Novamente isto foi um grande processo. Muitas pessoas fizeram o teste de video, muitos tentaram duas vezes. Atores estavam voando para Toronto para eu trabalhar com eles e, novamente, Steven Spielberg tomou a decisão final nos maiores papéis. Não em todos os pequenos papéis, mas em um como este, um regular da série, ele que escolheu.

Ksite – como você tem seus filhos, você se identificar com Tom em sua jornada para resgatar Ben?

GB – É engraçado. Eu não estou conscientemente ligado em como isto se relaciona com a minha vida como pai, mas eu pareço que construo uma imagem de pai em meu trabalho em todos os lugares que vou. Como você sabe, quando eu escrevi e fui perguntado sobre isso, eu penso que o elenco de Smallville eram as minhas crianças. Eu penso em Tom Welling, em Kristin Kreuk, em Allison Mack e Erica Durance como as minha crianças e estou sempre orgulhoso deles. Eu sempre me senti paternal com relação a eles. Eu tenho uma energia paternal e me preocupo com meus garotos, então eu relaciono a estória de Tom neste sentido, mas não como diretor. Como diretor eu geralmente tento não intelectualizar muito. A verdade é que, através dos anos, eu aprendi a tentar esvaziar os sentimentos, ser bastante intuitivo, e não tentar analizar ou intelectualizar, porque isto nunca leva a grandes decisões para mim.

Ksite – Certos personagens irão partir ou chegar ao longo da temporada?

GB – Está tudo muito bem planehando na série, acredite.

Uma coisa que é legal sobre fazer apenas 10 episódios ao invés de 22 … Smallville era um tipo de show diferente, porque a emissora queria que isto fosse bastante episódico. Eles queriam estórias contidas nas estórias, e não queriam linhas longas, o que para a maioria se torna bastante visível, mas algumas vezes eu sei que os fãs ficam frustrados porque as coisas são construidas e largadas imediatamente. Como quando Alicia Baker foi morta, e no episódio seguinte Clark estava feliz jogando futebol e parecia ter esquecido dela completamente. Mas isto era algo que a emissora realmente queria, episódios individuais. “Heroes”, por outro lado, tinha estas estórias longas, mas de alguma maneira planejar 22 episódios é realmente dificil, porque você entra no começo de uma temporada e os roteiristas vão fundo, e você pode ir fundo por uns seis episódios, mas algumas vezes você tem que ir devagar pois você ainda não descobriu como chegará do outro lado da rua.

Uma sequência de 10 episódios, mesmo 12 é um número que você pode realmente assimilar e plajenar a sua temporada.

Ksite – Lourdes tem fé em um tempo que outros personagens parecem ter perdido a sua própria fé.  Isso é uma mensagem importante para tentar decifrar?

GB – Sim. De novo isto é um tema importante para Steven Spielberg e é um tema importante para mim. Existem muitas grandes questões que são relevantes para o nosso momento da história, agora, e este é um aspecto que eu penso ser importante.

Sem comentários:

Enviar um comentário