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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Madrugada Dolorosa - Diário de uma Guerreira - 1x3 (Reprise)


Bom dia diário. Hoje é sábado, dia 26/01/13. Eu me acordei há pouco, já é quase três horas. Hoje será uma noite massa. Irei numa balada realizada por algumas turmas da UFSM, fui convidada por amigos.
  Meu principal interesse é o Bruno. Ele é muito lindo e gostoso, quero ficar com ele. Só sei que ele é da sala de Zootecnia, e estará na festa. Irei chegar nele hoje.
  Á noite, eu e minhas amigas iremos para lá. Daqui a pouco vou para a casa de uma deles e depois iremos dar uma volta e nos arrumar. Então vamos para a boate Kiss.
  Tchau diário. Revelo todos os detalhes depois.

  Oi novamente diário. Agora é quatro da manhã, 27/01, domingo. Eu estou num lugar desconhecido, deitada numa cama suja. Estou num quarto escuro, apenas com uma vela acesa. Eu irei tentar sair daqui agora, e caso alguma coisa aconteça comigo, resolvi escrever em você antes. Sorte que sempre levo você na minha bolsa.
  Eu irei me levantar e tentar abrir a porta. Espero que não esteja em um lugar perigoso. Me deseje sorte diário.

  Olá diário. Agora é quatro e vinte da manhã, estamos vivendo uma situação difícil. Eu me chamo Bruno, mas sei que você já me conhece. Li que a Marina já falou de mim. Vim contar tudo o quê aconteceu, a pedido da Marina.
  Tudo começou quando nós estávamos se divertindo na Kiss. A festa estava ótima, todos estavam se divertindo pákas. Mas num momento, todo mundo começou a se desesperar. Eles começaram a gritar "Fogo!" e eu me lembro de ver o teto pegando fogo. Eu estava junto com a Marina, nós estávamos ficando. Como ela havia dito aqui, ela chegou em mim mesmo. Logo de início já gostei bastante dela, sabendo que era uma garota divertida e adorável.
  Nós dois saímos correndo para tentar escapar. Chegando na porta, ela caiu. Eu a levantei e falei:
-Nós vamos sair daqui. Iremos conseguir.
  Cada vez que passada, nós tossíamos cada vez mais. Tinha muita gente na nossa frente, não conseguiríamos sair. Vendo um pequeno espaço em aberto, eu a segurei e disse:
-Vá Marina. Eu irei em seguida.
-Não deixarei você aqui...
-Agora!
  Ela conseguiu sair e então não lembro do quê aconteceu. A minha primeira lembrnaça depois disso, foi de escutar um amigo meu falando:
-Vamos Bruno! Acorde!
  Eu senti que ele estava batendo no meu peito e então abri os olhos. Eu perguntei:
-O quê está acontecendo?
-Consegui te tirar de lá. Que bom que você está vivo.
-Viu a Marina?
-Não.
  Mesmo com muita dificuldade, eu consegui me levantar e falei:
-Precisamos achar ela, Carlinhos.
-Ela deve estar lá dentro. Sinto muito, mas deve ter morrido.
-Não, eu vi ela sair. Preciso achar ela.
  Saí desesperado procurando ela. Depois de falar com muitos amigos, uma amiga dela me disse:
-Eu não sei direito. Eu estava deitada no chão, vi que o Antônio estava com ela no colo.
-O Antônio?
-Sim, ele estava com ela, mas não sei para onde foi.
-Eu acho que sei...
  Eu conheço esse Antônio. Sei que ele tem um lugar onde faz algumas festas. È uma casa que é dos seus pais, mas eles se mudaram, e deixaram a casa abandonada. Fica umas quatro quadras daqui. Fui para lá, mas andando três quadras, eu caí no chão. Estava tossindo demais, sinto uma grande tontura. Mas me levantei e continuei. Eu preciso saber o quê aconteceu com ela. È meu dever.
  Eu cheguei na casa e logo fui entrando. Não encontrei Antônio, mas encontrei Marina. Ela estava um pouco antes da porta, caída. Chequei os batimentos e o pulso dela, mas nada. Marina morreu.
  Começei a chorar e me sentei numa cadeira perto. Alguns instantes depois, eu vejo ela sussurrar. Eu me aproximo e digo:
-Pensei que estava morta Marina.
-Preciso que faça uma coisa...
-Fale.
-Escreva tudo o quê aconteceu no meu diário. Depois, fique com você. Aí você pode fazer o quê quiser.
-Não vai mais escrever nele?
-Não consigo, estou morta já. Não irei durar muito tempo. Mas quero que você escreva algo.
-Ok.
  Eu pego o diário e digo:
-Pode falar.
-Tá.
-Oi diário. Quero falar minhas últimas palavras. Eu não aproveitei tudo o quê queria nessa vida, mas ela foi boa. Tive diversos momentos felizes. Faltou eu me casar, que sempre foi o meu sonho e ter uma filha. Sempre sonhei em ter uma família, mas não será mais possível. Não poderei mais me ver em um vestido de noiva no altar com meu noivo lindo, nem trocar as fraldas da minha princesinha e vê-la crescer...mas chegou a hora de partir. Espero que no céu eu vire uma anja e possa a minha irmã com um filho futuramente. Adeus...
  10 segundos depois, Marina morre. Ela foi uma guerreira, mas não resistiu. O quê eu irei fazer com você diário? Irei divulgá-lo, para todo mundo saber a história de Marina. Todos devem saber quem foi essa incrível mulher.

Dirigido por: Milena Garcia

Escrito por: Patrícia Farias

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