Marc Cherry, criador de Desperate Housewives,
parece mesmo gostar de uma polêmica. Apesar de já estar respondendo a
um processo (Nicollette Sheridan, que interpretava Eddie, o acusa de
discriminação sexual e quebra de contrato), Cherry não se preocupa em
ofender as atrizes da série.
Durante um painel da rede ABC, em
Burbank, Cherry disse que uma das atrizes não é nem um pouco engraçada, o
que levou a plateia às gargalhadas. “Uma das minhas atrizes de Desperate Housewives
não é engraçada”, ele disse, para em seguida explicar como ele a
dirigia: “querida, se você levantar a sobrancelha aqui, você conseguirá
uma risada.” Ele não disse quem era a atriz, mas continuou: “ela faz e
ela consegue indicações. A garotinha do papai faz comédia. Sou um pouco
pai, um pouco psiquiatra.”
Outro participante concorda com Cherry,
dizendo que os criadores comandam a televisão, e que eles devem fazer o
papel de pais, professores, terapeuta, contador e até estudante, além
das obrigações de criador de um programa.
Darren Star, criador de Melrose Place e Sex and the City, entre outras, afirmou que eles deixam de ter vida quando estão no comando de uma série. Segundo Damon Lindelof, de Lost, “você acorda e se toca que ‘oh, eu fiquei pensando na série nas últimas seis horas enquanto dormia!’”
Mas Cherry continuou com suas polêmicas: “Esse vai ser o primeiro ano de Desperate Housewives
em HD e eu estou em pânico.” Não acredito que Cherry teve a intenção de
falar só da parte técnica da produção de uma série em HD, mas Andrew
Marlowe, de Castle, acrescentou que hoje um produtor precisa
aprender a trabalhar também na sala de edição, o que o faz um escritor
melhor. O trabalho de pós-produção para Lindelof incluía até a
participação em sessões de gravação com uma orquestra de 60 músicos,
coisa rara na televisão de hoje devido ao seu elevado custo, que ele
justifica dizendo que eles precisam entregar um trabalho de qualidade
durante uma temporada, apesar das limitações de orçamento.
Finalmente, os criadores falaram sobre a
proliferação do título de “produtor”, em particular, o de “co-produtor
executivo”, o que gera um aumento de salários. “Nós distribuímos como
bala”, disse Cherry, e Lindelof conclui: “nós também damos um chapéu ao
roteirista e o chamamos de Capitão Co-EP (co-produtor executivo) se for
necessário para fechar um acordo.”
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