O produtor e roteirista Greg Beeman é um
dos magos das séries de ficção cinetífica. Criou e dirigiu episódios em
séries como “Heroes”, “Smallville” e agora trabalha ao lado de Steve
Spielberg na nova série da TNT, “Falling Skies”.
O Kryptonsite entrevistou o produtor e o
questionou a respeito de seus trabalhos, inclusive sobre “Smallville”,
onde trabalhou em diversos episódios. Confira abaixo o que Beeman disse:
Ksite – O que você pode nos dizer sobre o episódio desta semana de “Falling Skies” (1.03 “Prisoner of War”)?
Greg Beeman - É um
episódio bonito e ambíguo do qual estou bastante animado. Eu dirigi ele.
Tom vai ao resgate de seu filho com consequências inesperadas. Nos
podemos ver de perto uma batalha com um dos aliens pela primeira vez e
existem algumas grandes revelações, além de uma grande virada. Então eu
acho que vocês ficarão feliz com isso.
Ksite – O show tem alguns encontros bastante interessantes com Skitters e Mechs. Como essas cenas são feitas?
GB – É engraçado. Eu
tenho alguma experiência com isso em Smallville, mas o Sr. Spielberg foi
muito prestativo. Ele já fez muito isso. Então é engraçado. Ele nos deu
muitas dicas — “tenha certeza que construiu um modelo do set que esteja
na escala certa”. Então, basicamente, nos construimos tudo de canos
plásticos, algo como 3 m de altura, e era da larguta certa. Como um
exoesqueleto. Nos fazemos uma tomada de teste que nos filmamos onde
alguém da equipe está parado segurando esta coisa de 3 metros e caminha
pela volta enquanto os atores fazem tudo.
Eu acho que isto faz duas coisas – nos
dá certeza que a câmera está vendo a exata dimensão e também dá linhas
de visão para o ator lembrar quando eles fizerem a cena. Então,
basicamente, você faz uma tomada com um cara de shorts e sensores,
andando na volta com uma coisa grande de plástico e os atores atuando
com isso, então depois fazemos uma tomada, imediatamente depois, sem
isso tudo, o que parece funcionar. Eu imagino que esta era a técnica do
Sr Spielberg em Jurassic Parc, então ele nos ensinou a usar.
Quanto aos Skitters, que são criaturas
de seis pernas, havia um desses construido para o piloto, pois nos
tomamos a decisão de que Skitters digitais são muito caros. Também seria
muito caro construir uma prótese de um Skitter, mas nos fizemos uma
análise de custos e decidimos que mais efetivo construir. Então
construimos uma prótese que tem um ator dentro dela, com duas pessoas
com controles remotos controlando os olhos e a face. Também temos duas
outras pessoas para trabalhar as pernas. Isto nos toma 5 pessoas
trabalhando como com marionetes neste Skitter. Eu tenho algumas coisas
legais sendo postadas em meu blog nesta próxima semana, o que irá
mostrar como isto funciona por trás das câmeras.
Existe uma grande batalha de Skitters no
episódio “Prisoner of War,” e eu diria que dois terços das tomadas na
batalha são com este modelo e apenas um terço das tomadas feitas com
Skitters digitais. Toda vez que você ver todo o corpo será digital, e
toda vez que ver apenas uma parte do corpo, é a criatura que criamos.
Foi uma sequência bastante quebrada que juntamos e nos exigiu muito
planejamento, muitas tomadas gravadas em separado, que foram feitas em
momentos diferentes e com elementos bastante diferentes. Algumas vezes
foi com Noah Wyle sozinho, algumas vezes dele com as próteses, algumas
vezes foi com um dublê com a prótese. Foi uma sequência elaborada que
teve que seguir um planejamento bem feito.
Ksite – Eu adorei o perigo do Skitter dentro da gaiola (no episódio).
GB – Eu achei uma ideia
realmente interessante essa que Graham Yost, Mark Verheiden e os
roteiristas tiveram. Eu não quero entregar tudo assim, mas o episódio é
chamado de “Prisoner of War” (Prisioneiro de Guerra) e quando você tem
um prisioneiro de guerra que não fala a mesma língua que você, o que
você tem que fazer? Você o tortura? Você aprende a se comunicar com ele?
O que você faz?
Esta é uma outra área Steven Spielberg
deu muitas opiniões. Ele e Bob Rodat ambos são entusiastas da história e
das guerras, e eles estavam sempre relacionando Falling Skies aos
filmes de guerra e aos filmes da segunda guerra em particular. Quando
você captura um prisioneiro, você se amiga com ele para conseguir
informações, ou você tortura ele para conseguí-las, ou você sequer se
importa em conseguir estas informações? Então muitas destas questões
vieram e o Sr Spielberg e Bob Rodat em particular sempre ficavam nos
dando exemplos históricos como pontos de referência.
Ksite – Isto era importante para ter diferentes personagens tendo diferentes reações com o Skitter?
GB – Aqui é onde os
roteiristas fizeram um grande trabalho, na minha opinião. Eles
diferenciaram os personagens. Isto é como o mesmo processo que todo o
ator passa. Você estabelece “Quem é esta pessoa e qual é o seu papel no
mundo?” Que tipo de pessoas eles são? Eles são bons? Eles são maus?
Eles confiam nas pessoas ou eles não confiam? Eles são geralmente
positivos ou negativos? Qual é a sua história? E então, baseado no
conhecimento disso, você pode fazer com que eles reajam de maneira
apropriada.
Ksite – Sarah Carter foi
alguém com quem você trabalhou em Smallville. Você pode nos falar como
ela foi escolhida para o papel de Margaret?
GB – É engraçado. Havia
este personagem que eu achava bastante interessante no papel. Bastante
convincente, porque ela passou por muitas brutalidades com o grupo que
ela estava e o único jeito que ela encontrou para sobreviver neste
grupo. Ainda, seria um personagem duro, e a sua estória avança cada vez
mais. Ela tem uma história interessante para trás. Nos estavamos vendo
atrizes locais em Toronto e nos vimos muitas pessoas, mas não estavamos
vendo nenhum ator americano para o papel naquela época.
Eu estava dirigindo outro dia quando ela
simplesmente surgiu na minha cabeça. Sarah Carter! Eu não sei porque,
já que Alicia Baker era um papel bastante diferente, mas eu a conheço um
pouco e sabia que ela era uma atriz bastante intensa. Algumas vezes a
sua intensidade não é sempre vista nos papéis que ela faz, mas eu sabia
do papel de Alicia Baker e de trabalhar pessoalmente com ela. Então eu
simplesmente pensei nela.
Eu sequer contatei ela diretamente. Eu
chamei os diretores de elenco e sugeri o nome dela, eles entraram em
contato, ela veio e fez o teste. Eu fiquei vendo por trás, francamente,
porque eu sempre achei que se desse um empurrão para um ator, algumas
vezes parece que o tiro sai pela culatra. Então eu tive a idéia, joguei
para lá, ela veio, leu para os caras da Dreamworks, fez o video …
haviam alguns atores que fizeram o video e Steven Spielberg selecionou
ela entre outros dois ou três. Isto foi bom para mim, porque eu
realmente gosto dela como pessoa e sempre gostei da colaboração que
tivemos.
Eu nem dirigi ela na sua primeira
aparição em Smallville. James Marshall sim. Mesmo que eu já tivesse
conhecido ela em L.A. e falado com ela bastante sobre a personagem que
ela fez em Smallville, só a dirigi em “Unsafe” (na quarta temporada).
Tem um momento no episódio quando ela simplesmente está patinando com
Clark e então ela pega aquele copinho de chocolate quente e toma. Eu não
sei … mas eu senti que tinha contribuído para a performance, mas ela
criou um momento que ela estava assoprando o chocolate de uma maneira
tão espontânea para mim. Foi um dos meus momentos favoritos dos que eu
já dirigi, então eu sempre senti muito afeto por Sarah e fiquei muito
feliz quando Steven Spielberg escolheu ela e tudo deu certo.
Ksite – O segundo episódio trouxe Colin Cunningham como Pope. Você pode nos falar sobre a sua escolha?
GB – Selecionar Pope
foi um outro papel desafiador, mas o personagem era tão cheio e os
roteiros tão bons. Nos vimos muitas pessoas para o papel. Mas na verdade
muitos dos atores não atacaram o papel com a vontade que eles
precisavam e Colin Cunningham fez. Novamente isto foi um grande
processo. Muitas pessoas fizeram o teste de video, muitos tentaram duas
vezes. Atores estavam voando para Toronto para eu trabalhar com eles e,
novamente, Steven Spielberg tomou a decisão final nos maiores papéis.
Não em todos os pequenos papéis, mas em um como este, um regular da
série, ele que escolheu.
Ksite – como você tem seus filhos, você se identificar com Tom em sua jornada para resgatar Ben?
GB – É engraçado. Eu
não estou conscientemente ligado em como isto se relaciona com a minha
vida como pai, mas eu pareço que construo uma imagem de pai em meu
trabalho em todos os lugares que vou. Como você sabe, quando eu escrevi e
fui perguntado sobre isso, eu penso que o elenco de Smallville eram as
minhas crianças. Eu penso em Tom Welling, em Kristin Kreuk, em Allison
Mack e Erica Durance como as minha crianças e estou sempre orgulhoso
deles. Eu sempre me senti paternal com relação a eles. Eu tenho uma
energia paternal e me preocupo com meus garotos, então eu relaciono a
estória de Tom neste sentido, mas não como diretor. Como diretor eu
geralmente tento não intelectualizar muito. A verdade é que, através dos
anos, eu aprendi a tentar esvaziar os sentimentos, ser bastante
intuitivo, e não tentar analizar ou intelectualizar, porque isto nunca
leva a grandes decisões para mim.
Ksite – Certos personagens irão partir ou chegar ao longo da temporada?
GB – Está tudo muito bem planehando na série, acredite.
Uma coisa que é legal sobre fazer apenas
10 episódios ao invés de 22 … Smallville era um tipo de show diferente,
porque a emissora queria que isto fosse bastante episódico. Eles
queriam estórias contidas nas estórias, e não queriam linhas longas, o
que para a maioria se torna bastante visível, mas algumas vezes eu sei
que os fãs ficam frustrados porque as coisas são construidas e largadas
imediatamente. Como quando Alicia Baker foi morta, e no episódio
seguinte Clark estava feliz jogando futebol e parecia ter esquecido dela
completamente. Mas isto era algo que a emissora realmente queria,
episódios individuais. “Heroes”, por outro lado, tinha estas estórias
longas, mas de alguma maneira planejar 22 episódios é realmente dificil,
porque você entra no começo de uma temporada e os roteiristas vão
fundo, e você pode ir fundo por uns seis episódios, mas algumas vezes
você tem que ir devagar pois você ainda não descobriu como chegará do
outro lado da rua.
Uma sequência de 10 episódios, mesmo 12 é um número que você pode realmente assimilar e plajenar a sua temporada.
Ksite – Lourdes tem fé em um
tempo que outros personagens parecem ter perdido a sua própria fé.
Isso é uma mensagem importante para tentar decifrar?
GB – Sim. De novo isto é
um tema importante para Steven Spielberg e é um tema importante para
mim. Existem muitas grandes questões que são relevantes para o nosso
momento da história, agora, e este é um aspecto que eu penso ser
importante.
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