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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Melhor e Pior:Rome


Dá pra dizer que o tema da O Melhor e Pior desta semana é o maior que já abordamos. Ninguém pode dizer o contrário. Roma é a maior série de TV e se você não assistiu esse programa megalomaníaco, deal with it!
A série ítalo-britânica tem grife, já que é uma produção conjunta entre BBC e HBO – tá bom pra você? Foi criada por Bruno Heller, John Milius e William J. MacDonald. Se passa durante o primeiro século antes de Cristo, época na qual a Roma Antiga se preparava para transitar do regime Republicano para Imperial.
Nela somos guiados à partir da conquista da Gália, por Júlio Cesar, até a morte de Marco Antônio e a ascensão de Augustus, como o primeiro Imperador. Mas tudo isso você já sabe, ou deveria saber. Vamos então falar sobre o que a série tem de bom e de ruim.

Efeitos Especiais

Primazia? A gente se vê por aqui!
Assistir Roma e não ver o making off da série é perder metade da experiência. Apenas ver os episódios nos leva a crer que a HBO e a BBC bolaram um jeito de infiltrar câmeras, através de uma máquina do tempo, no Senado e em outras locações do antigo Império.
Ver o making off é deixar o queixo cair diante de todas as técnicas que envolveram a produção, não só dos cenários e locais históricos, mas também das lutas em arenas e cenas de guerra, com atores,chroma keys, bonecos e tudo mais. É tão bom quanto ver um episódio inédito. A série realmente contou com ótimos artistas gráficos e efeitistas. Tanto que você não sabe o que é cenário e o que é computação gráfica.

Narrativa

A história de Roma é complicadíssima. Joguetes políticos, disse-me-disse, traições, mentiras e manipulações. Isso garante reviravoltas que ensinariam o México a fazer drama, se ele já não fosse bom o suficiente nisso. Mas o fato é que apesar da intensidade, de ser tudo muito carregado, nada ficaover, ou difícil de se imaginar acontecendo – até porque tudo ali aconteceu de verdade.
Mas a confusão que isso poderia ter gerado é imensa, mesmo assim, tudo foi tão bem escrito que você entende melhor a história de Roma do que com aquele professor aloprado/carismático das aulas de história do cursinho.
E o que leva a isso? O velho truque de colocar o telespectador na pele dos personagens. Nela você segue Titus e Lucius, dois soldados do exército Pretoriano que cada vez mais se embrenham nos esquemas políticos da cidade. A coisa é gradual e você se envolve com a trama da mesma maneira com que eles se envolvem. Perfeito!

De volta a Roma

Entrar no universo de Roma é fácil e convidativo. Faltou apenas acrescentar os cheiros e odores da época, mas felizmente isso ainda não é possível. Felizmente pois esta parte não deveria ser nada agradável, visto que todos viviam numa época em que shampoo e sabonete não existiam. rs
Mas com toda a verba do programa, era de se esperar que esta ‘climatização’ e ‘revitalização’ de Roma nas telas acontecesse com sintonia e verossimilhança ao que víamos nos livros do colégio. Te digo que vai além, traz detalhes que você nem imaginava. É pura magia. Roma está ali, e nem dá para dizer que reconstruída, afinal do jeito que vemos nem parece que um dia ela deixou de existir.

Só duas temporadas?

O problema de Roma é que há tanta história, o drama evolui e abre tantos leques e possibilidades, que você fica querendo mais e mais e mais. O alto orçamento, que sempre é uma ajuda e tanto, acabou sendo o que descontinuou o projeto.
É claro que um produto de TV a cabo não tem audiência e não traz anunciante o suficiente para bancar um orçamento como o de Roma. O projeto só saiu do papel pelo status que proporciona aos envolvidos. Foi até longe demais, com seus dois anos.
Corre a boca pequena que haverá um filme. Mas é difícil acreditar, afinal nada mais foi falado sobre o projeto.

Cadê o final?

As sagas de Roma são apresentadas por temporadas e cada história contada tem seu ciclo completo (começo, meio e fim). Cada saga, não cada personagem! Isso por um motivo simples: a partir de um final, novas linhas surgem. Com isso, nem todo personagem tem seu ciclo delineado do começo ao fim, mas do começo ao momento importante para o final daquela saga. E a gente sabe mais ou menos o que acontecerá com tal personagem dali para frente – está nos livros de história.
O problema é que você vê Roma e quer continuar vendo, pois alguns personagens tem suas histórias apenas estacionadas. Cade o final deles? Não quero só o final da saga! Na verdade, no final mesmo, a gente já sabe o que acontece (nem preciso te contar que todo mundo morre, certo?). O que ferra é que a gente precisa ver!

Egito e Palestina

Já deu para perceber que não tenho reclamações sobre Roma, a não ser o fato de que a série só teve duas temporadas e alguns personagens não tiveram final apenas por conta disso? Sim, porque a série é perfeita! E se você ainda não tá revoltado, como eu estou, vem pra laje, garota!
Quer saber o ruim mesmo de Roma? O ruim é saber que os criadores da série, segundo o próprio Brunno Heller, tinham planos de uma terceira e quarta temporada da série no Egito (mesmo se chamando Roma… rs) e uma terceira sobre a chegada do Messias em território Palestino, o que ia ser mais do que f*da!
O problema? Como disse lá em cima, nem mesmo BBC e HBO conseguiriam arcar com os custos de produção. O problema maior? Nem que saia um filme essas histórias poderão ser reproduzidas de maneira tão digna quanto Roma nos brindou em seus dois anos.
Mas… pode ser que um dia isso seja ‘o que tem pra hoje’.



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