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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Twilight: Ficando com Medo- 1x14


  Quando eu abri meus olhos essa manhã, algo estava diferente. Era a luz. Ainda estava a luz cinza-esverdeada de um dia nublado na floresta, mas estava mais claro de alguma forma. Eu percebi que não havia nenhuma névoa vendando minha
janela.
  Eu me levantei pra olhar lá fora, e então gemi horrorizada. Uma fina camada de neve cobria o jardim, varria a parte de cima da minha caminhonete, e deixava a estrada toda branca. Mas essa não era a pior parte.
  Toda a chuva de ontem tinha congelado, virado gelo — cobrindo o topo das árvores em fantástico padrões deslumbrantes, e cobrindo a calçada com um gelo mortal. Eu tive bastante dificuldade para não cair no chão seco; poderia estar mais seguro para eu voltar agora para cama.
  Charlie tinha ido para o trabalho antes de eu descer escada abaixo. De muitos modos, vivendo com Charlie tinha como eu ter meu próprio lugar, e eu fiquei me divertindo sozinha, mesmo sem ter ninguém.
  Eu joguei rapidamente no chão uma tigela de cereal e um pouco de suco de laranja da caixa de papelão. Eu me sentia excitada para ir para a escola, e isso me assustou. Eu sabia que não era o estímulo do ambiente, percebi que estava me antecipando, ou meu novo grupo de amigos. Eu tinha que ser honesta comigo mesma, eu sabia que estava ansiosa para chegar a escola porque eu veria Edward Cullen.
  E isso era mesmo muito estúpido.
  Eu deveria o estar evitando completamente depois de minha conversa desmiolada e embaraçosa ontem. E eu suspeitava dele; por que ele deveria mentir sobre os olhos dele? Eu ainda estava amedrontada pela hostilidade que eu às vezes sentia dele, e eu ainda ficava com a língua-amarrada sempre que olhava a face perfeita dele.
  Eu estava plenamente cosciente que nás eramos opostos que não se atraíam. Então eu não devia estar absolutamente tão ansiosa pra ver ele hoje.
  Eu tive que usar toda a minha concentração pra conseguir sobreviver á descida nos tijolos cobertos de gelo da entrada. Eu quase perdi o equilíbrio quando finalmente cheguei á caminhonete, mas eu consegui me agarrar no retrovisor e me salvar. Claramente, hoje seria um pesadelo.
  Dirigindo para a escola, eu me distraí do medo de cair e as minhas especulações não desejadas sobre Edward Cullen e pensando em Mike e Eric, e na diferença óbvia em como os garotos adolescentes me tratavam aqui.
  Eu tinha certeza que era exatamente a mesma que era em Phoenix. Talvez fosse só porque os garotos de Phoenix me viram passar por todas as fases estranhas da adolescencia e ainda pensavam em mim daquele jeito. Talvez fosse porque eu era novidade aqui, onde as novidades são algo muito raro. Talvez o meu jeito desajeitado fosse visto como uma coisa mais encarecedora do que patética, me transformando numa donzela ao invés de algum tormento. Qualquer que fosse a razão, o comportamento de cãozinho de Mike e a aparente rivalidade de Eric eram desconcertantes. Eu não tinha certeza que não preferia ser ignorada.
  Minha caminhonete parecia não ter problemas com o gelo preto que cobria a estrada. Apesar disso, eu dirigi bem devagar pra não cravar uma espécie de trilha na rua principal.
  Quando eu saí do meu carro na escola eu ví porque eu tive tão poucos problemas. Algo prateado chamou minha atenção, e eu caminhei para o fundo da caminhonete - segurando cautelosamente o suporte lateral para examinar os meus pneus. Haviam
pequenas correntes cruzadas em formatos de diamantes ao redor deles. Charlie deve ter acordado sabe-se lá que horas pra colocar as correntes nos meus pneus. De repente eu senti minha garganta apertando. Eu não estava acostumada a ser cuidada, e a preocupação de Charlie me pegou de surpresa.
  Eu estava no canto de trás da minha caminhonete, tentando lutar com a onda de emoções que as correntes de neve troxeram, quando eu ouví um som estranho. Era como um arranhão muito alto, estava rapidamente se tornando dolorosamente alto. Eu
olhei para cima,estarrecida.

Escrito por: Stephenie Meyer 

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