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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Twilight: Os Frios - 1x40


Jacob caminhou para essa árvore próxima que tinha uns galhos que pareciam com patas de aranhas enormes. Ele se inclinou num dos galhos tortos enquanto eu sentava embaixo dele, no tronco da árvore. Ele olhou para as rochas, um sorriso começando a
aparecer nos cantos dos seus lábios grossos. Eu podia ver que ele tentava deixar a história interessante. Eu tentei não deixar o interesse vital que eu sentia aparecer nos meus olhos.
  "Você conhece alguma das nossas antigas histórias, sobre de onde viemos- os Quileutes, eu digo?", ele começou.
  "Na verdade não", eu admití
  "Bom, existem muitas lendas, algumas delas datam da época do Dilúvio- supostamente, alguns dos nossos ancestrais Quileutes amarraram suas canoas nos topos das árvores mais altas da montanha pra se salvarem, como Noé fez com a Arca", ele sorriu pra
mostrar o pouco crédito que ele dava a essas histórias.
  "Outra lenda diz que nós somos descendentes dos lobos- e que os lobos ainda são nossos irmãos. É contra a lei tribal matar eles. Então tem as lendas sobre Os Frios". A voz dele ficou um pouco mais baixa.
  "Os Frios?", agora eu não estava fingindo minha intriga.
  "Sim. Existem lendas sobre os frios como existem sobre os lobos, e algumas delas são muito mais recentes. De acordo com a lenda, o meu próprio tataravô conhecia alguns deles. Foi ele quem criou o tratado que os mantêm fora das nossas terras." Ele revirou os olhos.
  "Seu tataravô?", eu encoragei.
  "Ele era um líder tribal, como meu pai. Sabe, os frios são os inimígos naturais dos lobos- bem, não do lobo, mas os lobos que se transformam em homens, como os nossos ancestrais. Você os chamaria de lobisomens".
  "Lobisomens têm inimigos?"
  "Só um".
  Eu olhei pra ele ansiosamente, tentando fazer a minha impaciência se transformar em admiração.
  "Entenda", Jacob continuou. " Os frios são tradicionalmente nossos inimigos. Mas esse grupo que veio para o nosso território na época do meu tataravô era diferente. Eles não caçavam do jeito que os outros caçavam- eles não representavam perigo para a nossa tribo. Então meu tataravô fez um trato com eles. Se eles prometessem ficar longe das nossas terras, nós não iriamos expor eles para os cara-pálida". Ele piscou pra mim.
  "Se eles não eram perigosos, então porque...?", eu tentei entender, lutando pra não deixá-lo perceber o quanto eu estava levando essa história a sério.
  "É sempre um risco para os humanos ficar perto dosfrios, mesmo se eles forem civilizados como esse clã era. Nunca se sabe quando eles podem estar com fome demais pra resistir". Ele deliberadamente colocou um tom de ameaça na voz dele.
  "O que você quer dizer com 'civilizados'?"
  "Eles diziam que não caçavam humanos. Ao invés disso, eles supostamente eram capazes de se alimentar de animais".
  Eu tentei manter minha voz casual.
  "Então o que eles tinham a ver com os Cullen? Eles são parecidos com os frios que seu avô conheceu?".
  "Não", ele parou dramaticamente. "Eles são os mesmos".
  Ele deve ter pensado que a expressão no meu rosto era medo inspirado pela história. Ele sorriu, satisfeito, e continuou.
  "Tem mais deles agora, uma nova fêmea e um novo macho, mas os outros são os mesmos. Na época do meu tataravõ eles já conheciam o líder, Carlisle. Ele esteve aqui e foi embora antes que o seu povo chegasse", ele estava lutando pra não sorrir.
  "E o que eles são?", eu finalmente perguntei. " O que são os frios?"
  Ele sorriu obscuramente.
  "Bebedores de sangue", ele respondeu com uma voz arrepiante. "Vocês chamam eles de Vampiros."
  Eu olhei para as ondas depois que ele disse isso, sem ter certeza do que o meu rosto estava demonstrando.
  "Você ficou arrepiada", ele disse deliciado.
  "Você é um bom contador de histórias", eu cumprimentei ele, ainda olhando para as ondas.
  "Uma história bem louca, não é? Não é de se admirar que o meu pai não quer que a gente fale disso pra ninguém"
  Eu ainda não conseguia controlar a minha expressão o suficiente pra olhar pra ele. "Não se preocupe, eu não vou espalhar".
  "Eu acho que acabei de violar o acordo", ele sorriu.
  "Eu vou levar isso pro meu túmulo", eu prometí, e então estremecí.
  "Sério, mesmo, não diga nada pro Charlie. Ele já ficou bem bravo com o meu pai depois que descobriu que ninguém estava indo ao hospital desde que o Dr. Cullen começou a trabalhar lá".
  "Eu não vou contar, claro que não."
  "Então você acha que somos um bando de nativos supersticiosos ou o que?", ele perguntou em tom de brincadeira,mas com uma ponta de preocupação. Eu ainda não tinha tirado os olhos do oceano. Eu me virei pra ele e sorrí tão naturalmente quanto
pude.

Escrito por: Stephenie Meyer

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