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sexta-feira, 8 de março de 2013
Dexter: A Mão Esquerda de Deus: Capítulo 7 -1x7
Por que não pensar nisso? Era como a peça que faltava em algo que não sabia que estava incompleto. Não pretendo compreender o que tem Dexter a ver com sangue. Só de pensar, me dá uma sensação desagradável e olha que eu, afinal, escolhi essa profissão,estudei, faz parte do meu trabalho. Claro que algumas coisas bem lá no fundo estão acontecendo, mas acho meio difícil me interessar. Sou o que sou e essa não é uma noite ótima para dissecar um matador de crianças? Mas
essa agora...
-Esta se sentindo bem Dexter? _ perguntou Vince.
-Ótimo. Como o assassino fez então? _ perguntei.
-Depende. Olhei para Vince. Ele observava um punhado de grãos de café, empurrando-os com cuidado com o dedo enluvado. _ Depende de que,Vince?
-De quem ele é e do que está fazendo. Rá rá. Balancei a cabeça. _ Ás vezes você se esforça muito para se indecifrável. Como o assassino faz com o sangue?
-Difícil responder isso agora. Não encontramos nada de sangue. E o corpo não está em bom estado, então vai ser difícil. Aquilo não parecia tão interessante. Gosto de deixar o corpo limpo. Nada de confusão, de bagunça, de sangue pingando. Se
o assassino era apenas mais um cachorro arrancando carne e osso, aquilo para mim não era nada. Respirei melhor.
-Onde está o corpo? _ perguntei para Vince. Ele mostrou com a cabeça um lugar a uns dez metros.
-Lá com LaGuerta.
-Ai, meu Deus, é a LarGueta que está cuidando do caso? _perguntei. Ele fez o sorriso falso de novo.
-Sorte do assassino. Olhei, Algumas pessoas estavam em volta de um monte de sacos de lixo.
-Não estou vendo._ eu disse. _Bem ali. Os sacos de lixo. Cada um tem um pedaço do corpo. Ele cortou a vitima em pedaços, depois embrulhou casa uma como se fosse um presente de Natal. Já viu algo parecido? Claro que sim. É assim que eu faço.
Existe algo de estranho e frustrante em ver uma cena de homicídio á luz clara do dia em Miami.
Parece que os assassinos mais horrendos ficam assépticos, produzidos. Como se você estivesse numa nova e apavorante parte da Disney Word. Terra de Dahmer. Venha passear na geleira dos cadáveres. Por favor, vomite seu almoço apenas nos lugares indicados. Não é que ver corpos mutilados tenha alguma vez me incomodado, ah não, longe disso. Me incomodo um pouco com os corpos sujos, quando os assassinos não cuidam direito dos líquidos corpóreos, coisa repelente. Senão, não é pior do que olhar costelas de porco no açougue. Mas, em cenas de crime, principiantes e curiosos costumam vomitar e, por algum motivo, vomitam bem menos aqui que lá no Norte. O sol simplesmente seca a coisa. Limpa, faz com que fique mais asseada. Talvez por isso eu gostei de Miami. É uma cidade tão asseada. E já era um lindo dia quente em Miami. Quem estivesse usando paletó, estava procurando onde pendurá-lo. Claro que não tinha cabide naquele imundo e pequeno estacionamento. Havia apenas cinco ou seis carros e a caçamba. Estava enfiada no canto, perto da lanchonete, encostada num muro rosa com arame farpado em cima. A porta dos fundos da lanchonete abria para lá. Uma garota mal – humorada entrava e saia trazendo café cubano e pasteis para os tiras e peritos. Os tiras de terno e gravata que aparecem nas cenas de homicídios para serem vistos, pressionar ou garantir que sabem o que estava ocorrendo, agora tinha mais coisas para equilibrar. Café, pasteis, paletó. O pessoal do laboratório não usava terno. Fazia mais o gênero deles usar camisa de boliche com dois bolsos, de malha lustrosa. Eu mesmo estava com uma. Era verde –limão, estampada com tocadores de tambor de ritual de vodu e palmeiras. Estilosa, mais pratica. Fui na direção da camisa lustrosa mais próxima, no meio das pessoas que rodeavam o corpo.
Escrito por: Jeff Lindsay
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Rodrigo Naressi
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Capítulo 7,
Capítulo Inédito,
Dexter: A Mão Esquerda de Deus

terça-feira, 5 de março de 2013
Dexter: Capítulo 6 - 1x6
Debra não se assustava com as coisas. Quando era novata e os veteranos faziam brincadeira com ela, mostrando os corpos retalhados que aparecem em Miami todos os dias, para que vomitasse o almoço, Deb nem ligava. Tinha visto de tudo. Ia lá,fazia o que tinha de fazer e pronto. Mas aquela historia a abalou. Interessante.
-Este caso é especial,não?_ perguntei,
-É da minha área, com as putas.- Ela apontou o dedo para mim. -ISSO quer dizer que tenho de marcar ponto, virar noticia, assim consigo transferência para o Departamento de Homicídios.
Dei meu sorriso contente. - Ambição, Deborah?
-É isso ai_ confirmou ela._ Quero sair do setor antivicios,não quero mais usar esta roupa sexy. Quero ir para Homicídios, Dexter, e esse caso pode ser a minha porta de uma entrada, com uma pequena brecha... _Ela fez uma pausa. Depois, disse algo
totalmente incrível. _Por favor, me ajude, Dex. Detesto isso.
-Por favor, Deborah? Você pediu por favor? Sabe como isso me deixa nervoso?
-Pare com essa besteira, Dex.
-Mas Deborah, realmente...
-Pare, já disse. Vai me ajudar ou não?
Quando ela colocou desse jeito, com aquele estranho e raro “por favor” balançando no ar, o que eu poderia dizer senão:
-Claro que vou, Deb, você sabe.
Ela me olhou duro, retirando o por favor.
-Não sei, Dex. Não sei nada de você.
-Claro que vou ajudar, Deb _repeti, tentando soar magoado. E, numa boa imitação de dignidade e ofendida, me encaminhei para a
caçamba de lixo com o pessoal do laboratório. Camilla Figg estava engatinhando no lixo, á procura de impressões digitais. Era uma mulher atarracada de 35 anos, cabelos curtos, que jamais reagia aos meus suaves e sedutores gracejos. Mas, quando me viu, ficou de joelhos no chão, ruborizada,olhou eu passar e não disse nada. Parecia que, sempre que me olhava, ela corava. Ao lado da caçamba, Vince Masuoka estava sentado na embalagem plástica para leite virada para baixo, olhando um monte de resto. Ele era meio japonês e gostava de brincar dizendo que herdou a metade menor.
De todo jeito, achava que isso era piada. Havia algo levemente estranho no sorriso amarelo e brilhante de Vince. Como se tivesse aprendido a sorrir num livro de ilustrações. Mesmo quando fazia as piadas sujas de arrasar tira, ninguém ficava irritado com ele. Também ninguém ria, mas isso não impedia de continuar contando. Fazia todos os gestos rituais corretos, mais parecia estar sempre fingindo. Acho que era por isso que eu gostava dele.
Era outro sujeito fingindo ser uma pessoa humana, exatamente como eu.
-Ei Dexter, o que houve para você aparecer aqui?_ Vince perguntou, continuando a olhar para baixo.
-Vim ver como os verdadeiros especialistas atuam num ambiente totalmente profissional. Você riu algum por ai?_ perguntei. -Rá,rá_ ele fez.
Supostamente, era uma risada, mas foi ainda mais falsa que um sorriso.
-Você deve achar que está em Boston._ Ele encontrou alguma coisa, colocou sob a luz e ficou observando, com os olhos meio
fechados.
-Falando serio,por que está aqui?
-Por que não, Vince? É uma cena de crime, não? _devolvi, fingindo estar indignado.
-Você faz exames de borrifos de sangue _ele disse, jogando fora o que estava olhando e procurando outra coisa.
-Eu sei.
Ele me olhou com seu melhor sorriso falso.
-Aqui não tem sangue,Dex. Fiquei bobo.
-Como assim?
-Não há sangue no corpo, nos objetos, nem nas imediações, Dex. Não há sangue algum, a coisa mais estranha que já se viu. Sangue algum. Ouvi a frase ecoar na minha cabeça, cada vez mais alto. Nenhum pegajoso, quente, confuso, horrível sangue. Nenhuma gota. Nenhuma mancha. NADA DE SANGUE.
Escrito por: Jeff Lindsay
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Rodrigo Naressi
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Capítulo 6,
Capítulo Inédito,
Dexter: A Mão Esquerda de Deus

segunda-feira, 4 de março de 2013
Dexter: A Mão Esquerda de Deus: Capítulo 5 - 1x5
Acho ótimo e , se eu pudesse sentir alguma coisa por alguém,seria por a Deb. Então, fui para onde ela estava. Saí do estacionamento metropolitano de Dade e entrei na rodovia expressa seguinte que me levou para o sul, na parte da trilha Tamiami, onde fica o motel Cacique e centenas de outros similares. De certa forma, é um paraíso. Principalmente se você for uma barata. São filas de prédios que conseguem brilhar e desmoronar ao mesmo tempo. Placas em néon forte em cima de estruturas velhas, esquálidas, podres. Se você não for lá á noite, melhor não ir. Porque ver esses lugares á luz do dia é ver o fim da linha do nosso frágil contrato com a vida. Toda cidade grande tem uma área como essa. Se um anão mestiço, leproso e estágio avançado,quer transar com um canguru e um bando de
adolescentes, vai conseguir lá, além de arrumar um quarto. Quando terminar, pode levar todo mundo para tomar café cubano e comer sanduíche medianoche na lanchonete ao lado. Ninguém vai se incomodar,desde que ele dê gorjeta. Ultimamente, Deborah vinha passando muito tempo nesse lugar.
Segundo ela, não eu. Parecia um bom local para ir se você é policial e quer ter mais chance de pegar alguém fazendo algo horrível. Deborah não via a coisa desse jeito. Talvez por ser do departamento de combate ao jogo, drogas e prostituição. Uma jovem policial bonita trabalhando na trilha Tamiami costuma funcionar de isca com ferrão, ficando na rua com pouca para pegar homens que aceitem pagar por uma transa. Deborah detestava isso. Só conseguia aceitar a prostituição como tema de
sociologia. Achava que transar não era problema da lei. E só eu sabia que ela detestava qualquer coisa que acentuasse demais sua feminilidade e seu corpo atraente. Mas ela queria ser policial e não tinha culpa de ser mais parecida com uma garota pôster.
Quando entrei no estacionamento que ligava o motel Cacique com o estabelecimento vizinho, o Tito’s café Cubano, vi que o corpo dela estava destacando a beça. Usava um tomara – que – caia justo rosa néon, short de lycra,meias arrastão pretas e sapatos de salto agulha. Direto da loja de roupas das Hollywood Hookers em terceira dimensão. Alguns anos atrás, alguém no Departamento Anti - vícios ouviu dizer que os cafetões estavam rindo dos tiras nas ruas porque eram eles que escolhiam as roupas das policiais femininas da operação – ferrão. As roupas mostravam bem as estranhas preferências sexuais deles, mas não pareciam com garota, tinha um distintivo e uma arma pochette. Por causa disso, os policiais do setor passaram a insistir para as policiais disfarçadas usarem suas próprias roupas no trabalho. Afinal, garotas sabem o que fica melhor nelas, não é? Talvez a maioria saiba.
Mas Deborah, não. Ela só se sentia bem de jeans. Você tinha de ver o que ela queria usar no baile de formatura. E agora que Deb estava ali, eu jamais vi uma bela mulher usando roupa tão sexy que ficasse menos atraente. Mas ela chamava a atenção. Estava controlando a multidão,com o distintivo de policial preso na blusa tomara – que - caia. Era mais visível do que os quinhentos metros de fita amarela que já estava isolando a cena do crime e mais do que os três carros da policia parados em
ângulo, com as luzes piscando. O tomara- que – caia rosa justo brilhava um pouco mais. Deborah estava na lateral do estacionamento,mantendo a distancia e crescente multidão de peritos de laboratório que iam para a caçamba de lixo da lanchonete. Gostei de não estar metido naquilo.
O fedor atravessava o estacionamento e chegava até a janela do meu carro, um cheiro forte de lugar que serve café latino, misturado com fruta podre e carne de porco rançosa. Eu conhecia o policial que estava na entrada do estacionamento. Ele acenou para mim e entrei.
-Deb, que roupa legal, realmente mostra o que seu corpo tem de melhor_ elogiei,ao dar uma volta por ali.
-Foda-se _disse ela e ruborizou. Era impressionante ver uma tira corar.
-Encontraram o corpo de mais uma puta_ disse ela._ Pelo menos,acham que é puta. É difícil saber,pelo que sobrou.
-É a terceira em cinco meses_ acrescentei.
-Quinta_ ela me corrigiu._Teve mais duas em Broward. Esses idiotas estão dizendo que,oficialmente,os casos não tem ligação._ Ela balançou a cabeça.
-Ia precisar de muito mais papel de ocorrência_ eu disse, tentando ajudar.
Deb mostrou os dentes,como num sorriso.
-Que tal entender um pouco do trabalho da policia? _ zombou ela. _ Qualquer idiota conseguiria ver que essas mortes têm ligação._ E o corpo dela estremeceu. Olhei firme para ela, impressionado. Era policial, filha de policial.
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Capítulo 5,
Capítulo Inédito,
Dexter: A Mão Esquerda de Deus

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Dexter: A Mão Esquerda de Deus: Capítulo 4 - 1x4
Lá pelas quatro e meia da manhã, o padre estava todo limpo. Eu me senti bem melhor. Era sempre assim, depois. Matar faz com que eu me sinta bem. Desfaz os nós do esmerado esquema sombrio do querido Dexter. É um suave relaxamento, um necessário abrir de todas as pequenas válvulas hidráulicas internas. Gosto do meu trabalho, sinto muito se o incomoda. Ah, sinto muito mesmo.
Mais eis aí. E não se trata apenas de um assassinato comum, claro. Tem que ser feito do jeito certo, na hora certa, com a pessoa certa; é bem complicado ,mais muito necessário. E sempre meio esgotante. Por isso eu estava cansado, mas a tensão da ultima semana tinha acabado, a fria voz do passageiro das trevas se calou e eu podia voltar a ser eu de novo. Esperto, engraçado, despreocupado, Dexter morto – por - dentro. Não era mais o Dexter com a faca, Dexter, o vingador.
Pelo menos até a próxima vez. Coloquei todos os corpos na horta outra vez com o novo vizinho e limpei o melhor que pude a casinha decrépita. Levei minhas coisas para o carro do padre e dirigi rumo ao sul para o pequeno canal lateral onde tinha deixado minha lancha, uma Whaler de cinco metros, linhas simples e motor potente. Empurrei o carro do padre para dentro do canal atrás da minha lancha e embarquei. Fiquei olhando o carro afundar e sumir na água. Depois,liguei o motor de popa e saí do canal pela baía na direção norte. O sol estava nascendo e a luz batia nas partes metálicas da lancha. Fiz minha cara mais feliz,eu era apenas mais um pescador madrugador voltando para a casa. Alguém ai aceita um cioba? Lá pelas seis e meia eu estava em casa,no meu apartamento de Coconut Grove. Peguei a lâmina de vidro no bolso,um vidro simples e limpo,com uma só gota de sangue do padre no meio. Linda e limpa, já seca, pronta para colocar sob meu microscópio quando eu quisesse lembrar. Deixei a lâmina junto ás outras,trinta e seis simples e cuidadosas gotas de sangue bem seco. Tomei um banho mais que demorado,deixando a água escaldante tirar o resto da tensão,desfazer os nós dos meus músculos e lavar o pouco que sobrava do
cheiro pegajoso do padre e da horta da casinha no pântano. Crianças. Eu devia tê-lo matado duas vezes. Seja lá o que me faz ser do jeito que sou,deixou um buraco vazio por dentro,incapaz de sentir. Não parece grande coisa. Tenho certeza de que a maioria das pessoas finge bastante no convívio diário com os outros. Eu apenas finjo completamente. Finjo muito bem e jamais sinto nada, mas gosto de crianças. Jamais poderia ter filhos, pois não posso nem pensar em sexo. Imagine fazer aquelas coisas... Como pode? Onde fica a sua dignidade? Mas as crianças são especiais. O padre Donavan merecia morrer. O código de Harry estava cumprindo,junto com o do passageiro das trevas. La pelas sete e quinze, eu estava limpo outra vez. Tomei café,comi sucrilhos e fui trabalhar.
O prédio onde trabalho é um negocio moderno e grande, branco com muitas vidraças, perto do aeroporto. Meu laboratório fica nos fundos do segundo andar. Tenho um pequeno escritório ao lado do laboratório. Não é bem um escritório, mas é meu, um cubículo separado do laboratório principal de hematologia. Todo meu, ninguém pode entrar lá, ninguém divide espaço comigo para bagunçar o meu pedaço. Tem uma mesa com uma cadeira, outra cadeira para visita, se a pessoa não for muito grande. Computador,estante,arquivo. Telefone. Secretária eletrônica. Quando entrei,a secretária estava piscando,prova de que tinha uma mensagem, recado para mim não é coisa de todo dia. Por algum motivo,pouca gente no mundo tem algo a dizer no horário de trabalho para um perito em análise de borrifos de sangue. Uma das poucas que tem é Deborah Morgan, minha irmã adotiva.
Policial, como o pai. O recado era dela. Apertei a tecla, ouvi uma musica tejana metálica e a voz de Deborah._ Dexter, por favor, ligue assim que chegar. Estou no local de um crime na trilha Tamiami, no motel Cacique._ Fez-se uma pausa. Ouvi-a tampar o bocal enquanto falava alguma coisa com alguém.
Mais um som alto de musica mexicana e ela voltou ao telefone._ Pode vir para cá agora? Por favor, Dex? Desligou. Não tenho família. Quer dizer,pelo que sei. Tenho certeza de que em algum canto deve ter gente com o mesmo material genético que o meu. Lastimo por eles.
Mas jamais os conheci. Não tentei conhecê-los e vice – versa. Fui adotado, criado por Harry e Doris Morgan, que são os pais de Deborah. Levando em conta o que sou, eles me criaram muito bem, concorda? Os dois já morreram. Então, Deb é a única pessoa no mundo que dá um tostão para saber se estou morto ou vivo. Por algum motivo que não consigo imaginar, ela prefere que eu esteja vivo.
Escrito por: Jeff Lindsay
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Capítulo 4,
Dexter: A Mão Esquerda de Deus

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Dexter: Capítulo 3 - 1x3
Eu tinha me esforçado para fazer direito, mas só se pode usar o que há. Não poderia ter feito nada se eles não estivesse lá
há tempo suficiente para secar, mas estavam muito sujos. Eu limpara quase toda a sujeira, mais alguns corpos tinham ficado na horta muito tempo e não dava para saber onde começava a sujeira e terminava o corpo. Na verdade, não se pode dizer, quando se pára de pensar. Tão sujo... Eram sete, sete pequenos corpos,sete órfãos bem sujos, deitados em tapetes de borracha para banheiro, que são mais limpos e não grudam. Sete linhas retas apontando direto através da sala. Apontando direto para
o padre Donavan, Então, ele entendeu. Estava prestes a ficar como eles. _Ave Maria, cheia de graças... _ começou a rezar. apertei bem o laço. _Nada disso padre. Agora, não. Agora é para dizer toda a verdade.
_Por favor_ ele pediu sufocando. _É, pode me implorar. Muito bem, melhorou._ puxei de novo. _O senhor acha que é só isso, padre? Sete corpos? Eles imploraram?_ Não respondeu. _Acha que são só esses, padre? Só sete? Peguei todos? _Ah, céus_ ele disse rouco, com uma dor agradável de ouvir.
_E nas outras cidades padre? O que dizer de Fayetteville? Quer falar sobre Fayetteville?_ Ele deu apenas soluços sem palavras. _ E sobre East Orange? Foram três? Ou será que esqueci um? É difícil ter certeza. Eram quatro em East Orange, padre? O padre Donavan tentou gritar. Sua garganta tinha pouco espaço para um bom berro, mas havia uma emoção real por trás , o que compensou a falta de técnica. Ele caiu de cara e deixei-o choramingar um pouco antes de puxá-lo para cima. Ele estava
inquieto e agitado. Perdeu o controle da bexiga e uma baba escorria pelo queixo. _Por favor, eu não consegui me conter, simplesmente não consegui. Por favor, entenda..._ ele disse. _Eu entendo, padre_ falei; algo na minha voz era do passageiro das trevas e fez o padre gelar. Levantou a cara devagar para mim e o que viu nos meus olhos fez com que ficasse bem parado._ Entendo perfeitamente_ insisti, chegando bem perto da sua cara. O suor em seu rosto virou gelo._ Sabe, eu também não consigo me conter. Estávamos bem perto, quase nos tocando, e a sujeira dele de repente ficou demais. Puxei o laço e chutei seus pés. O padre Donavan se esborrachou no chão.
_Más crianças? Eu jamais faria isso com crianças._ apoiei minha bota bem limpa na cabeça dele e empurrei com força sua cara no chão. _ Ao contrario de você, padre. Com crianças, nunca. Tenho de achar gente como você. _Quem é você?_ sussurrou o padre Donavan. _Sou o começo e o fim_ respondi_ Conheça o seu destruidor, padre._
A agulha estava preparada e enfiei-a em seu pescoço como era para fazer, os músculos rígidos resistiram um pouco, mas o padre Donavan, não. Empurrei o êmbolo e esvaziei a seringa, fazendo com que ele ficasse imediatamente bem calmo. Em poucos
instantes, ficou com a cabeça flutuando e virou a cara para mim. Será que estava me vendo? Será que via as luvas de borracha dupla, os esmerados aventais, a lisa mascara de seda? Será que estava me vendo mesmo? Ou será que aquilo só acontecia na outra sala, a sala do passageiro as trevas, a sala limpa? Duas noites antes, ela fora pintada de branco, varrida, escovada, lavada, completamente limpa. No meio da sala, que estava com as janelas fechadas com grossos emborrachados brancos, sob as luzes no meio da sala, será que ele me viu lá na mesa que eu tinha feito, as caixas de saco de lixo branco, as garrafas de produtos químicos e pequena fileira de serrotes e facas? Será que ele me viu, afinal? Ou será que viu aqueles sete montes sujos e sabe lá quantos mais? Será que ele viu sem poder gritar, se transformando naquela confusão na horta? Não devia ter visto, claro. A imaginação não permitia que ele visse como sendo da mesma espécie. De certa forma, ele estava certo. Jamais
ia virar aquela porcaria em que ele tinha transformado as crianças. Pois eu jamais faria aquilo, não permitiria. Não sou como o padre Donavan, não desse tipo de monstro. Sou um monstro bem asseado. O asseio toma tempo, claro, mas vale a pena. Vale a pena agradar o passageiro das trevas, mantê-lo calmo por mais tempo. Vale a pena fazer tudo direito e limpo. Tirar do mundo mais um monte de porcarias.
Mais alguns sacos de lixo bem embrulhados e meu pequeno canto de mundo fica mais asseados, mais feliz. Um lugar melhor. Eu tinha umas oito horas até ter de ir embora.
Precisaria delas para fazer direito. Prendi o padre na mesa com fita adesiva e cortei suas roupas. Fiz as preliminares rapidamente: barbeei, escovei, cortei tudo o que era sujo. Como sempre, senti a maravilhosa, lenta e longa sensação de alivio ir tomando conta de todo o meu corpo. Aquela sensação iria palpitar dentro de mim enquanto eu trabalhava, aumentando e se apossando de mim até o final, a Necessidade e o padre sendo levados juntos como uma onda que ia se desmanchando.
Exatamente quando ia começar o trabalho duro, o padre Donavan abriu os olhos. Não havia medo, como ocorre as vezes. Olhou bem para mim e mexeu os lábios. _O que disse? Não ouvi_ avisei, aproximando a cabeça mais um pouco. Ouvi-o respirar lenta e pacificamente e repetir, antes de fechar os olhos. _Não há de quê_ disse eu, e pus mãos á obra.
Escrito por: Jeff Lindsay
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1x3,
Capítulo 3,
Dexter: A Mão Esquerda de Deus

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Dexter retorna amanhã
(Patrícia Farias) Hoje a soap Dexter: A Mão Esquerda de Deus não pode ser exibida. Mas amanhã retorna com seu 3º capítulo.
Peçamos desculpas pelo inconveniente.
Peçamos desculpas pelo inconveniente.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Dexter: A Mão Esquerda de Deus: Capítulo 2 - 1x2
Fomos para o sul, calados por mais cinco minutos, com exceção do som dos pneus, do vento e da grande Lua lá em cima tocando sua poderosa música nas minhas veias e observador cuidadoso rindo baixo no furioso pulsar da noite. _Vire!_ repeti, e ele virou num golpe súbito, como se estivesse esperando pela ordem desde sempre. Mal dava para ver a pequena estrada suja. Quase
era preciso saber que ela existia. Mas eu sabia. Já havia estado lá. A estrada tinha uns dois quilômetros, fazia três curvas na grama aparada e arborizada e seguia um pequeno canal ate o pântano e a clareira. meio século antes, alguém tinha construído uma casa lá. Ela continuava quase inteira. Era grande. Tinha três quartos e a metade do telhado; estava completamente abandonada há anos. Menos a velha horta no quintal lateral. Ela indicava ter sido cavada pouco tempo antes. _Pare o carro_ mandei, quando os faróis iluminaram a casa decadente. O padre Donavan obedeceu com um golpe brusco do corpo. O medo estava grudado nele, os braços e as idéias estavam duros. _Desligue o carro_ mandei outra vez, e ele desligou. De repente, ficou tudo muito silencioso.
Algumas coisas pequenas chilreou numa árvore. O vento soprava com a força da grama. Depois, mais silêncio, tão grande que quase engoliu o rugido da música noturna dentro do meu eu secreto. _Saia_ mandei. O padre Donavan não se mexeu. Estava olhando a horta. Havia sete montinhos de terra. Pareciam bem escuros a luz da lua. O padre Donavan deve tê-los achado mais escuro ainda.
Continuou parado. Puxei bem o laço, mais do que ele achava que poderia agüentar, mais do que poderia imaginar que fosse acontecer com ele. Arqueou as costas no assento do carro, as veias saltaram na testa e ele pensou que ia morrer. Mas não ia. Ainda não. Na verdade, faltava um bom tempo. Abri a porta com um chute e puxei-o atrás de mim, só para ele sentir a minha força. Caiu pesadamente no chão arenoso e serpenteou como uma cobra ferida. O passageiro das trevas riu, gostou e fiz a minha parte. Apoiei a bota no peito do padre e mantive o laço apertado. _Faça o que
eu mandar. Tem que fazer_ expliquei. Inclinei-me e com, cuidado, desapertei o laço_ É importante que saiba disso. Ele me ouviu. Os olhos estavam vermelhos de medo e dor, escorriam lagrimas pela cara, olhou para mim num lampejo de compreensão e tudo o que ia acontecer estava lá para ele ver.
Ele viu. E percebeu como era importante que fosse obediente. Começou a saber. _Levante-se_ mandei. Devagar,bem devagar,sempre de olho em mim, ele se levantou. Ficamos assim por um bom tempo, nos olhando, nos transformando numa só pessoa com a mesma necessidade, depois ele tremeu. Levantou a mão quase até a cara e deixou-a cair. _Para a casa_ eu disse, bem baixo. Na casa, estava tudo pronto. O padre olhou para baixo. Olhou para mim, mais não conseguia mais ver. Virou para a casa e parou ao ver de novo os montes escuros de terra na horta. Queria me olhar, mais não conseguia, depois de ver de novo aqueles montes escuros iluminados pela lua. Rumou para a casa e segurei a corda. Caminhou obediente, de cabeça baixa, uma vitima boa e dócil. Subiu os cinco degraus, passou pela varanda estreita e chegou á porta da frente, que estava bem fechada. O padre Donavan parou. Não olhou. Não me olhou.
_Entre_ mandei,com minha suave voz de comando. O padre tremeu. _Entre_ repeti. Mas ele não conseguia. Passe o braço por cima dele e abri a porta. Empurrei o padre com o pé. Ele tropeçou, endireitou o corpo, entrou, e ficou de olhos bem fechados. Fechei a porta. Acendi o pequeno abajur de pilha que tinha deixado no chão, ao lado da porta. _Olhe_ sussurrei. O padre abriu um olho lentamente e cuidadosamente. Estremeceu de pavor. O tempo congelou para o padre Donavan.
_Não_ ele disse. _Sim_ eu disse. _Ah, não_ ele disse. _Ah, sim_ eu disse. Ele gritou._ NÃÃÃÃO ! Puxei o laço. O grito foi interrompido e ele caiu de joelhos. Soltou um som rouco, úmido e lamentoso, cobriu o rosto._É, está uma grande bagunça, não? _ perguntei. Mexeu a cara toda para fechar os olhos. Naquele momento, não conseguia olhar, pelo menos do jeito que estava o lugar.
Não o culpei, não mesmo, pois estava uma grande bagunça. Fiquei aborrecido de saber que estava assim, já que eu tinha preparado o lugar para ele. Mas ele tinha de ver. Tinha. Não apenas para mim. Não apenas para o passageiro das trevas. Era para ele. Ele tinha de ver. E não estava vendo. _Abra os olhos, padre Donavan_ mandei. _Por favor_ ele pediu, num pequeno lamento terrível. Aquilo me deu nos nervos, não devia, era preciso manter um controle gélido, mais me atingiu na cara ao ver
aquela confusão no chão e chutei suas pernas por trás. Apertei bem o laço, segurei-o por trás do pescoço com a mão direita e enfiei sua cara no sujo piso de madeira empenada. Havia pouco sangue no chão e isso me deixou mais louco. _Abra, abra os olhos. Abra AGORA. Olhe._ Agarrei-lhes os cabelos e puxei sua cabeça para trás._ Faça o que eu mandar. Olhe. Senão eu corto suas pálpebras._ ameacei. Fui bem convincente. Ele então olhou. Fez o que mandei. Olhou.
Escrito por: Jeff Lindsay
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Rodrigo Naressi
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05/02/13,
1x2,
Capítulo 2,
Dexter: A Mão Esquerda de Deus,
Soap,
Terça

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013
Dexter: A Mão Esquerda de Deus - Capítulo 1 -Soap Premiere
Lua. Uma lua maravilhosa. Cheia, gorda, avermelhada, a noite clara como o dia, o luar inundando a terra e trazendo alegria, alegria, alegria. Trazendo também o rugir da noite tropical, a voz macia e turbulenta do vento uivando nos pêlos do braço, o lamento vazio da luz das estrelas, o grito trincado da luz da lua sobre a água. Tudo isso chamando o Necessitado. Ah, o berro sinfônico as milhares de vozes ocultas, o grito interior do Necessitado, a entidade, o observador silencioso, a coisa fria e
quieta, aquele que dança, o Bailarino da lua. O eu que não era eu, aquele que zombava, ria e vinha com sua fome. Com a Necessidade. E a Necessidade agora estava muito grande, muito atenta, fria, enroscada, arrastada, rachada, ereta e pronta, muito grande, bem pronta... mesmo assim, esperava e observava, me fazia esperar e observar. Eu esperava e observava o padre há cinco semanas. A Necessidade tinha ficado alfinetando e provocando, me cutucando para encontrar um, encontrar o
próximo, encontrar o padre. Há três semanas eu sabia que era ele o próximo, nós (ele e eu) pertencíamos ao passageiro das trevas. Passei essas três semanas lutando contra a pressão, a crescente Necessidade aumentando dentro de mim como uma grande onda que encrespa e arrebenta na praia e não recua, só cresce mais a cada segundo do relógio da noite luminosa. Mas era hora
também de tomar cuidado, hora de ter certeza. Não de que era o padre, não, pois há muito eu sabia disso. Hora de ter certeza de que ia ser feito direito, limpo, com tudo se encaixando, tudo certo. Eu não podia ser pego, não agora. Tinha trabalho duro por muito tempo para fazer esse trabalho,para proteger minha ditosa vidinha. E eu estava me divertindo muito para interromper agora. Portanto,tomava sempre muito cuidado. Sempre limpo. Sempre prevenido para que as coisas fossem direitas. E , quando estava direitas, dar um tempo extra para garantir. Era o estilo Harry, que Deus o abençoe, aquele sagaz policial perfeito, meu pai adotivo. Esteja sempre seguro, tenha cuidado, seja correto, ele disse, e há uma semana eu tinha certeza de que tudo estava tão direito á La Harry quanto possível. E, ao sair do trabalho naquela noite, eu sabia que era o dia. Aquela era a noite. Era uma noite diferente. Nela ia acontecer, tinha de acontecer. Exatamente como ia acontecer de novo e de novo. E dessa vez seria o padre. Ele se chamava padre Donovan. Ensinava música para as crianças do Orfanato Santo Antônio, em Homestead, na Flórida. Os alunos adoravam-no. E, naturalmente ele adorava os alunos. Dedicou a vida a eles. Aprendeu espanhol e crioulo. Aprendeu a música deles também. Tudo pelas crianças. Tudo o que fazia, era por elas. Tudo. Eu estava observando nessa noite, como tantas outras anteriores. Vi quando parou na porta do orfanato para falar com uma menina negra que foi atrás dele. Era pequena, não devia ter mais de oito anos e era miúda para a idade. Ele sentou-se na escada e conversou com a
menina cinco minutos.
Ela também se sentou e ficou se levantando e sentando. Os dois riram. Ela se encostou nele. Ele tocou nos cabelos dela. Uma freira apareceu na porta e ficou parada, olhando-os antes de falar. Depois, sorriu e estendeu a mão. A menina tocou com a cabeça no padre. O padre Donavan abraçou-a, levantou-se e deu um beijo de boa-noite nela. A freira riu e disse algumas
coisas ao padre Donavan. Ele respondeu. Então, o padre foi para seu carro. Finalmente, eu me levantei para atacar e... Ainda não. Uma minivan de serviço de limpeza estava a uns dois metros da porta. O padre Donavan passou e a porta lateral da van se abriu. Saiu um homem com cigarro na boca e cumprimentou o padre, que se encostou na van e falou com ele. Sorte. De novo, sorte. Tenho tido sempre sorte nessas noites. Não tinha visto aquele homem, não notei que estava lá. Mas ele teria me visto. Não fosse a sorte. Respirei fundo. Expirei lenta e firmemente, fazia um frio gélido. Foi só uma coisinha. Não esqueci nenhuma das outras. Tinha feito tudo certo, tudo igual, tudo como devia ser. Ia dar certo. Agora. O padre Donavan foi para o carro dele novamente. Virou-se uma vez e disse alguma coisa. O faxineiro acenou da porta do orfanato, jogou a guimba do cigarro e entrou.
Sumiu. Sorte. Sorte, de novo. O padre Donavan ficou procurando as chaves, abriu a porta do carro e entrou. Ouvi a chave entrar na ignição. O motor ligar. E então... AGORA.
Sentei-me no banco traseiro e enfiei o laço em seu pescoço. Uma volta rápida, escorregadia e perfeita e a linha para
peixes de quinze quilos ficaram firme. Ele fez um pequeno movimento de pânico e pronto. _Você agora é meu_ Eu disse e ele ficou paralisado com precisão e perfeição, como se tivesse ensaiado, quase como se tivesse ouvido a outra voz, o observador risonho dentro de mim. _Faça só o que eu mandar_ falei. Ele soltou uma exclamação e olhou no retrovisor. Minha cara estava refletida lá, esperando por ele, envolta na máscara de seda branca que só deixava a mostra os olhos. _Entendeu?_ perguntei. A seda mexia na minha boca quando eu falava. O padre Donavan não disse nada. Olhou bem nos meus olhos. Apertei o laço. _Entendeu?_repeti, um pouco mais baixo. Dessa vez, ele concordou com a cabeça. Pôs a mão no laço, sem saber o que aconteceria se tentasse desapertá-lo. A cara dele estava ficando roxa. Desapertei_ Fique bonzinho e vai viver mais_ falei. Ele respirou fundo. Ouvir o ar raspar em sua garganta. Ele tossiu e respirou de novo. Mas ficou parado e não tentou fugir. Isso era muito bom. Saímos com o carro. O padre Donavan obedeceu as minhas ordens, sem trapaças nem indecisões. Fomos para o sul pela Florida City e pegamos a estrada Card Sound. Achei que ele ficou nervoso com aquela estrada, mas não se opôs. Não tentou
falar comigo. Manteve as mãos na direção, pálidas e tensas, os nós dos dedos estavam saltados.
Aquilo também era muito bom.
Escrito por: Jeff Lindsay
Publicada por
Rodrigo Naressi
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